João Carlos M. Madail
Importância econômica de um polo industrial
João Carlos M. Madail
Economista, professor, pesquisador e diretor da ACP
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Entende-se como polo industrial um centro que reúne grandes empresas do setor da indústria, onde são produzidos vários tipos de equipamentos, produtos e tecnologias. Os diversos polos espalhados pelo País são verdadeiros estímulos para o crescimento da economia regional e nacional. Além de fomentarem o desenvolvimento de redes comerciais, conectam fornecedores de diversos segmentos com empresas e clientes finais. As regiões que possuem polos industriais atraem investimentos públicos e privados, captam aportes financeiros advindos de empresas nacionais e internacionais, inovam e evoluem em termos de tecnologia, promovem o desenvolvimento de ações sociais ou projetos sociais, além da capacitação de profissionais nos variados ramos de interesse.
Não há dúvida que o polo industrial de uma região é a linha que conduz ao desenvolvimento. Em função da sua importância na geração de empregos, dependendo das necessidades não atendidas pela população local, é inevitável que trabalhadores de outras regiões sejam atraídos com suas famílias na busca de emprego nas oportunidades oferecidas. Isso eleva a busca por imóveis para compra ou aluguel, além do aquecimento nos mercados de consumo e serviços da região. É possível imaginar que todo o incremento financeiro do grande contingente de operários vinculados direta ou indiretamente ao pólo modificará o panorama econômico da região, aumentando valores dos terrenos e moradias, criando uma curva ascendente de valorização mobiliária, despertando outros negócios dependentes de investimentos. Quanto maior o número de pessoas trabalhando ou se mudando para uma região industrial, maior será o desenvolvimento local. Isso acontece porque o entorno do polo começa a chamar a atenção de empresas e investidores, atraindo supermercados, restaurantes, faculdades, escolas e cursos técnicos profissionalizantes, lojas comerciais, shoppings centers, obras e serviços públicos, novas rodovias, habitações populares, sistema de saneamento básico e tantos outros que o evento exige.
Outro fator importante vinculado ao polo industrial, além dos investimentos, são os incentivos fiscais oferecidos pelos governos federal, estadual e até municipal, que podem ocorrer a partir da redução de impostos e acesso a linhas especiais de crédito para as empresas que integrarem o polo. Tudo isso colocado em prática, atrairão outras indústrias que contribuirão ainda mais com o aumento de empregos e renda na região.
Pelotas que já foi o principal centro econômico do sul do País por várias décadas, do século 19, quando foi imensamente rica, culta, progressista e referência no Estado, pode seguramente voltar a ter importância econômica desde que concentre esforços na reestruturação do seu polo industrial. Com uma população em torno de 350 mil habitantes, a terceira maior do interior do RS, distante apenas 60 quilômetros do porto importador e exportador de Rio Grande, cidade plana, cercada de água doce, distante 270 quilômetros da capital do Estado com acesso praticamente duplicado, 630 quilômetros de Montevidéu, está pronta para abrigar um dos maiores polos industriais do País, como no passado protagonizou com as charqueadas, espaço que antecedeu a industrialização, marco no desenvolvimento da cidade.
Mais recentemente, no ano de 1970, Pelotas apresentou significativo crescimento industrial no setor alimentício, ainda em andamento, mesmo com a redução do número de industriais por conta da mecanização das operações e da oferta de matéria-prima, concentrada em poucos produtos. Este tema, certamente, faz parte da vontade e da pauta dos governantes e demais políticos empreendedores radicados no Município.
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